sábado, 2 de julho de 2011

Torcedor do Mês de Julho: Padre Cristiano Borro

São Paulino Padre Cristiano Borro

1) Pequena Biografia:
Padre Cristiano Borro Barbosa, 34 anos, natural de Adamantina no interior do Estado de São Paulo. Sou padre da Diocese de Bauru e atualmente vivo na região de Boston onde faço uma pós-graduação em teologia.


2) Como surgiu o seu amor pelo São Paulo?
Costumo dizer que “nasci são paulino.” Meu pai e meu irmão mais velho torcem para o São Paulo. Portanto, cresci são paulino e nunca pensei em torcer para outro time.

3) O seu craque preferido?
O jogador preferido é o Rogério Ceni. Porém, um grande nome do São Paulo, um verdadeiro ‘craque,’ foi o saudoso técnico Telê Santana.

Rogério Ceni - Goleiro Artilheiro    
Técnino Telê Santana



4) Narre um fato engraçado ocorrido contigo por causa do futebol:
Lembro do meu primeiro treino em futebol de campo quando criança no estádio municipal de Adamantina-SP. Não lembro a minha idade, mas me lembro que chutei a bola e fiz meu primeiro gol. Foi muito fácil. O gol estava livre e o goleiro não se preocupou comigo porque eu era do seu time. Meu primeiro gol foi “contra.” Daí por diante, entendi que eu seria melhor torcedor do que jogador.


5) Um jogo do seu time inesquecível para você:
O jogo mais marcante para mim foi o empate entre São Paulo e Cruzeiro por 2X2 no dia 20 de agosto de 2006. Na época eu estudava teologia em Belo Horizonte e estava no Mineirão para presenciar o momento em que Rogério Ceni marcou o 63º gol da sua carreira, superando a marca do paraguaio José Luis Chilavert, e tornando-se assim oficialmente o goleiro com maior número de gols da história do futebol mundial. Naquele mesmo dia Rogério defendeu um pênalti quando o Cruzeiro vencia por 2X0 e marcou o segundo gol do São Paulo também numa penalidade máxima. A partida acabou empatada, mas os fatos foram marcantes, principalmente por estar presente no estádio. Já havia gostado de ver na entrada do Mineirão os dirigentes da principal torcida organizada do Cruzeiro (Máfia Azul) recebendo os dirigentes da do São Paulo (Independente) em clima de cordialidade. Quando o São Paulo perdia por 2X0, minutos após Rogério defender uma cobrança de pênalti do Cruzeiro, o juiz marcou uma falta em favor do São Paulo.


O Mineirão silenciou enquanto Rogério Ceni atravessou calmamente o gramado em direção ao local da cobrança. Ele cobrou a falta, marcou o gol e entrou para a história. Foi, sem dúvida, um momento memorável, inesquecível. O silêncio foi quebrado pelos gritos da torcida são paulina em festa: “Não é mole não, Rogério Ceni calou o Mineirão!”

6) Uma grande alegria proporcionada pelo seu time:
Uma grande alegria foi ser são paulino no início da década de 90, quando o São Paulo, sob a regência de Telê Santana, foi campeão dois anos seguidos (1992 e 1993) da Copa Libertadores da América e da Copa Européia/Sul-Americana Toyota.



7) Uma grande tristeza:
A grande tristeza não foi bem com time do São Paulo, mas em relação ao futebol em geral devido à violência entre torcidas rivais. Curiosamente, foi um fato ocorrido no mesmo dia em que o Rogério Ceni marcou seu 63º gol, porém, 11 anos antes. Foi a trágica e triste batalha entre torcedores são paulinos e palmeirenses ocorrida no dia 20/08/1995 no estádio do Pacaembu, em São Paulo. Na ocasião, um jovem são paulino de 19 anos foi brutalmente assassinado no confronto entre as torcidas. O fato, amplamente documentado pela televisão e pelos meios de comunicação brasileiros, ficou conhecido como a "Guerra do Pacaembu." Era a final da Supercopa de Juniores e o São Paulo perdeu para o Palmeiras. Após o final da partida, aconteceu o insano e criminoso confronto.
A batalha aconteceu após a final da Supercopa São Paulo de juniores, vencida pelo Palmeiras, e teve como saldo 110 feridos e um torcedor são-paulino (Márcio Gasparin da Silva) morto

Na verdade, toda a década de 90 foi marcada pela violência principalmente entre as torcidas do São Paulo, Palmeiras e Corinthians. Confesso que naquele tempo fiquei até um pouco desiludido com o futebol. Mais de 13 pessoas perderam suas vidas em atos brutais de vandalismo motivado pela rivalidade entre torcidas. Exatamente o contrário do que o futebol deveria ser.

8) Se não fosse São Paulino, para quem torceria?
Se eu não fosse são paulino eu começaria a interessar-me por futebol americano. Brincadeiras a parte, não sei responder a esta pergunta comprometedora. 



9) Sócrates ou Raí? Por quê?
Vou deixar bem claro: sou são paulino, mas não sou “anti-corintiano.” Se eu votar no Raí, não é pelo fato de o Sócrates ter se destacado como ídolo corintiano. Pela minha idade, acompanhei mais de perto a atividade profissional do Raí. Quando eu era adolescente, ele era o capitão do time que ganhou quase tudo para o São Paulo em 1991, 1992 e 1993. Porém, como todo brasileiro que entende um pouco de futebol, sei que a carreira futebolística do Sócrates foi memorável e que ele é um dos maiores nomes da história do futebol brasileiro. Sócrates ou Raí? Como não é bom fazer comparações entre irmãos, vamos dizer que os dois, cada um em seu tempo, foram excelentes jogadores. Deve ser o DNA.



10) Se um São Paulino, um Corintiano e um Palmeirense cometesse exatamente o mesmo pecado, após a confissão contigo, a penitência seria a mesma?
Sim.


11) Na sua opinião, os eventos esportivos do AB são válidos? Por quê?
Os eventos esportivos do AB são muito válidos, fundamentais para o encontro e confraternização entre os membros das comunidades católicas aqui da região. Estes eventos incentivam o companheirismo, a disciplina, o espírito de equipe, e a união dentro de cada comunidade e entre as comunidades que fazem parte do AB. Estas atividades esportivas ajudam-nos a construir a unidade e, quando estamos unidos, somos todos vencedores.
Padre Cristiano ao lado do amigo Português Padre Walter Carreiro(Torcedor do Sporting - PT)
Condecorando o jogador de Hyannis - Torneio de Futsal do AB 2011 -  Campeão do Sub 20

Entregando a Taça de Campeão ao Capitão Milton Santos de East Boston - Campeão do IV Torneio de Futsal do Apostolado Brasileiro de Boston


12) Deixa uma mensagem para os esportistas:
O esporte é uma atividade privilegiada através da qual as principais barreiras que nos separam podem ser ultrapassadas. É uma oportunidade ímpar para que compreendamos que somos mais felizes quando nossas diferenças se unem em prol de um objetivo comum. Portanto, meu conselho é: para além da competitividade e do desejo de vencer a todo custo, sejamos capazes de fazer do nosso comportamento no esporte uma expressão da nossa identidade comum como cristãos. Para aqueles torcedores apaixonados por seus clubes, recomendo que torçam com o coração, mas sem nunca esquecerem o fundamental: não somos adversários, mas irmãos.

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