Eu sou Karla, Paulistana com muito orgulho e sou fanática pelo meu Santos Futebol Clube. Digo com honestidade que se não fosse o Catolicismo minha religião seria o futebol! Mais se bem que também tenho certeza que o futebol foi primeiro inventado no céu; e Deus achou bom o que havia criado e deu para o homem. (risos)
Como surgiu o seu amor pelo Santos?
Com certeza foi através do meu querido paizão. Ele me ensinou e ensina tudo que há de bom na vida! Mais eu não precisei de muito incentivo para eu me tornar torcedora do Santos. Eu já era super moleca e apaixonada por futebol, pensei que ia ser Corintiana por causa de tios e primos, ou São Paulina por causa do me irmão, mais quando sentava com meu pai nos finais das tardes de domingo para assistir o Santos jogar o coração batia muito mais forte.
O seu craque preferido
“O” craque preferido... são muitos! Claro que um deles é o Pelé! Mais eu não vi ele jogar, sei dele apenas pela sua gloriosa história. Então, se for para escolher entre aqueles que eu acompanhei teria que começar pelo grandioso Romário, também Cafu, o guerreiro Dunga, Roberto Carlos, goleiros Zetti, Tafarell e Rogério; tem o Raí, Edmundo, o nosso querido gordo e majestoso Ronaldo, Diego e Robinho, o moleque Neymar e a nossa rainha Marta. Esses e outros trazem no sangue o futebol arte, malicioso, guerreiro...em fim, o futebol brasileiro. Tem também os estrangeiros: Messi, Cristiano Ronaldo, Rooney, Tevez... é por causa de jogadores como esses que perco noites de sono, tardes de domingo, e acordo de madrugada só para ver a bola rolar por 90 minutos.
Um jogo do seu time inesquecível para você:
infelizmente não é uma lembrança muito boa mais foi a final do Brasileiro de 1995, Santos e Botafogo. Eu tinha 9 anos e pela primeira vez eu havia acompanhado um campeonato inteiro vendo quase todos os jogos, não só dos Santos. O elenco do santos contava com o filho do Pelé Edinho no gol, Robert, Narciso, Giovanni, Capixaba, Marcelo Passos, um time forte e consistente. Santos precisava de um gol para levar o titulo e quase no fim do jogo uma falta para o Santos cobrar próxima da área do Botafogo. Capixaba subiu, cabeceou, e fez. Eu acho que nunca gritei e pulei tanto na minha vida e meu pai me segurou e me explicou que o gol havia sido anulado pelo juiz que disse que o Capixaba estava impedido. O jogo acabou e o Santos perdeu o título. Eu corri para o meu quarto e chorei com mais intensidade do que pulava segundos antes! Eu já entendia o que era impedimento e estava furiosa com a anulação de um gol legitimo. Meu pai deu um tempo e depois foi conversar comigo e me deu explicou o que é ganhar, perder é NUNCA deixar de torcer pelo grande alvinegro praiano! E o gol foi legitimo sim... pode ver o tira-teima http://youtu.be/8cY73l3gL6k
Uma grande alegria proporcionada pelo seu time:
Todos os momentos maravilhosos com meu pai e ate mesmo minha mãe assistindo os jogos, discutindo táticas, chorando e sorrindo com Peixe... comendo churrasco e tomando guaraná!
Uma grande tristeza:
Apesar de ser grata pela vida que tenho nos E.U.A., torcer a distancia é muito difícil! Não tem a alegria de participar, ir no estádio, ficar na fila para comprar a camisa nova, ser sócia do clube... é difícil ser fanático a distância. Eu tive a alegria de ver o Santos ser campeão da libertadores ano passado (2011) na sala de casa com meu pai e minha mãe. O jogo acabou, gritamos comemoramos por 5 minutos e depois percebemos que já era mais de 11 horas da noite e todo mundo levantava cedo no outro para trabalhar. Desligamos a TV, olhei para o meu pai e disse “boa noite campeão” e fui dormir. Se meu time é campeão não tem fogos na rua, hino do time na rádio, aquele abraço em quem você nunca viu na vida mais se esta vestindo a camisa do seu time é por que é gente boa... e com certeza se eu estivesse no Brasil eu não trabalharia no outro dia!
Se não fosse Santos, para quem torceria?
Acho que para o São Paulo. Eu sempre fui muito apegada ao meu irmão e quando agente brincava de bola no fundo do quintal de casa ele gostava de jogar e narrar o jogo como se fosse o time oficial do São Paulo. Eu admirava como ele conhecia todos os jogadores e as posições de cada um, ele falava com tanto orgulho. Apesar que, nada me irritava mais do que quando eu chutava para o gol e escutava ele dizendo “Tiiiiiira Zetti!!!”
Pelé ou Neymar? Porque?
1960? Pelé. Hoje? Neymar! O futebol mudou, esta mais rápido, mais malicioso, requer diferentes qualidades dos jogadores. Não compararia os dois, assim também como não comparo Neymar e Messi. Neymar ainda é promessa e tem muito o que provar no futebol de hoje, Pelé já cumpriu e provou.
Fale um pouco do seu envolvimento com o futebol durante os tempos de escola e faculdade. títulos conquistados, etc.
Através de uma grande graça recebi uma bolsa parcial para ir jogar bola para a faculdade Union College no estado de Kentucky. O Sr. Manoel anunciou após a missa sobre essa oportunidade e me colocou em contato com a treinadora do time da faculdade que era brasileira. Ela nunca tinha me visto jogar. Estava totalmente fora forma, ate mesmo acima do peso. Eu já tinha desistido de jogar bola e nem mesmo jogava na High School, mais não podia perder a oportunidade da bolsa de estudos então enfrentei o desafio.
Pastei na primeira temporada. Perdi uns 7 quilos só na pré-temporada, fui banco quase todos os jogos mais curti e aprendi a cada minuto. A treinadora as vezes era um carrasco, mais foi ela que me incentivou a melhorar cada dia mais. Joguei com uma brasileira no meu primeiro ano que até hoje a admiro, ela jogava muito!!! Eu estava em campo quando ela fez o centésimo gol dela, de bicicleta!!!
Tudo isso foi incentivo para que eu investisse mais e pegasse melhor forma. No segundo ano eu estava bem melhor. A técnica me colocou como capitã do time e me confiou na zaga. Apaixonei pela posição! Aprendi muito a ter melhor visão de jogo, distribuição de bola, dar carrinho, fazer falta, irritar e beliscar atacante... ganhei malícia e paixão ao mesmo tempo. Nada sozinha claro! Tinha outra brasileira com agente naquele ano também que foi minha guru lá atrás!
Apesar de muitos quilinhos perdidos, muito suor derramado, e muito aprendizado, ganhei apenas a alegria das experiências. Não ganhamos nada nos 4 anos que joguei. Em compensação, no ano depois que me formei o time ganhou o campeonato regional, a conferencia e foi para os nacionais... é mole?
Na sua opinião, os eventos esportivos do AB são validos? Porque?
Claro! Primeiro que para brasileiro até pelada no fundo do quintal vale, e muito!! Nós brasileiros somos competitivos e todos nós, por mais perneta, queremos ser craques e levamos o esporte a sério. O nível de organização dos eventos esportivos do AB estão melhorando a cada ano. A participação de comunidades não só com o time mais também com a torcida e o trabalho voluntario é também de grande admiração. Acho que o objetivo maior desses eventos não é apenas para mostrar a arte esportiva, mais também a confraternização entre as comunidades que, após a rivalidade dentro de quadra, mostra uma linda união cultural e cristã.
O que você acha da iniciativa de se ter um jantar de confraternização envolvendo os amigos do esporte no AB - Apostolado Brasileiro?
Show de bola. Se junta comida, esporte e religião eu não preciso de mais nada! Mais acho que isso é uma continuidade da fraternidade entre as comunidades que talvez nunca se conheceriam se não através de eventos como este.
Deixa uma mensagem para os esportistas:
Esporte é alegria, decepção, é encanto e é dor. Talvez a mais gostosa incerteza que ser humano possa viver.
Karla Gonçalves será homenageada durante o II Jantar dos Amigos do Esporte promovido pelo Setor dos Esportes do Apostolado Brasileiro que será realizado no dia 3 de Novembro no Santuário Madonna Queen, 150 Orient Avenue em East Boston, MA.
Padre
Scaravelli de Framingham presenteou-o com a camisa da seleção brasileira de
futebol, que traz o nome do cardeal nas costas. O Pe. Jonathan também ganhou uma
camisa do time canarinho, presenteado pelo setor de esportes. Padre José
Eduardo, coordenador do Apostolado Brasileiro, ofertou uma placa, que traz uma
mensagem de agradecimento, escrito em português, uma vez que o arcebispo fala
fluentemente esse idioma.
